A enxaqueca ocular (ou enxaqueca oftálmica) é o conjunto de alterações visuais mono ou binoculares, também conhecido como aura, de causa neurológica, usualmente seguido de forte dor de cabeça, enjoos, mal-estar, além de sensibilidade à claridade e ao som. Estes sintomas visuais podem variar bastante, porém, geralmente, são descritos como perda transitória de campo visual, aparecimento de pontos cintilantes, escurecimento da visão e distorção da imagem, sempre de caráter transitório e de regressão completa.
O que pode provocar a enxaqueca oftálmica?
A migrânea é uma das doenças que mais acometem as pessoas no Brasil, muitas vezes, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), incapacitando os doentes.
Os hábitos de vida das pessoas são os principais causadores da enxaqueca oftálmica, impactando, também, a intensidade com que ela se manifesta. Entretanto, em alguns casos, ela pode estar relacionada a problemas de circulação cerebral e doenças autoimunes.
Entre outros fatores, a enxaqueca oftálmica pode ser desencadeada por:
- consumo excessivo de álcool;
- maus hábitos alimentares;
- jejum prolongado;
- grande esforço visual;
- sono irregular;
- cansaço;
- estresse;
- uso de anticoncepcionais.
Outros aspectos, como predisposição genética e desgaste físico e mental, além de distúrbios hormonais e crises de ansiedade, podem estar relacionados a essa condição. Até mesmo a deficiência de alguns minerais, como o magnésio, e de neurotransmissores, como a serotonina, pode ser relevante para os casos específicos de enxaqueca oftálmica.
Quais sintomas podem ser causados pela enxaqueca oftálmica?
Os sintomas da enxaqueca oftálmica são caracterizados pela formação de um escotoma, também chamado de ponto cego, que se expande em flashes (percepção de luzes em formato de zigue-zague). Uma crise aguda dura em torno de 30 minutos, desaparecendo aos poucos, mesmo sem intervenção médica. No entanto, alguns sintomas, como a dor de cabeça, podem se manter por até 72 horas.
De acordo com o relato de especialistas, aproximadamente 5% das pessoas podem apresentar uma aura visual, que leva a dores de intensidade variável e se expressa de forma unilateral e latejante, quadro que, quase sempre, é inofensivo.
Ainda, como dissemos na introdução, a pessoa com esse distúrbio pode sentir náuseas, tontura e fotofobia (quando a luz incomoda muito). Apesar de incômodo, a crise pode ser rápida e costuma ser reversível. Sonolência e irritabilidade à luz e ao som podem ocorrer mesmo na ausência de dor.
Além da visão
Esse tipo de enxaqueca não afeta só a visão, mas os outros sentidos também, e é acompanhado de distúrbios neurológicos (sensitivos e motores, por exemplo). Isso ocorre porque, apesar de os sinais ocorrerem, principalmente, no âmbito visual, a doença tem origem no sistema nervoso. Vale ressaltar, porém, que certas patologias oculares podem ocasionar cefaleias.
A enxaqueca oftálmica ou retiniana começa com o surgimento de um ponto de luz que se expande e deixa a visão turva gradualmente. A pessoa acometida por essa doença também pode:
- perder temporariamente a visão;
- sonolência;
- irritabilidade em relação a luz e som;
- visualizar formas geométricas sobre os olhos;
- ter a visão turva e/ou dupla.
Ainda, é possível que o portador de enxaqueca ocular, além dos distúrbios visuais, apresente sintomas como dormência nos membros inferiores e superiores, formigamento, atordoamento e interferências na fala.
Como é feito o diagnóstico?
Com o aparecimento dos sintomas visuais, o paciente tende a procurar um oftalmologista, que realizará exames de fundo de olho e outros de rotina. No entanto, o problema pode não estar relacionado à saúde ocular. Por isso, após os resultados negativos nos exames oftálmicos, o paciente será encaminhado para um neurologista.
O relato das alterações visuais seguidas de dores de cabeça compõe a análise clínica para o diagnóstico do paciente. Daí, exames angiográficos devem ser realizados para identificar danos nos vasos intracranianos, além da presença de tromboses e outras doenças que podem estar associadas.
Além disso, ultrassonografia das carótidas e do crânio, ressonância magnética do sistema nervoso central e eletroencefalograma podem ser realizados para diagnosticar os fatores causadores da doença.
Quais são os tratamentos disponíveis?
Geralmente, a enxaqueca oftálmica é tratada pelo uso de analgésicos para alívio das dores, assim como acontece com os outros tipos desse distúrbio. Além disso, podem ser feitos tratamentos profiláticos, com o uso de betabloqueadores, neuromoduladores e até antidepressivos, em casos crônicos, para redução da frequência das crises.
Para o alívio da dor, em casos de enxaqueca oftálmica, também são recomendadas medidas não medicamentosas, como compressas e massagens. Para diminuir o desconforto, também é importante manter-se em local com ausência de luz e barulho.
Assim que a crise se inicia, a pessoa deve fazer uso de algum medicamento para alívio da dor. Não é recomendado esperar que o problema se intensifique, pois, nesse caso, para resolver o incômodo, será preciso tomar maiores doses de analgésicos ou remédios mais fortes.
Como é possível prevenir a enxaqueca oftálmica?
A enxaqueca oftálmica pode ser atenuada ou mesmo evitada com algumas mudanças comportamentais, como manter uma dieta saudável, sem ingestão de alimentos que podem desencadear as crises; praticar exercícios físicos; ter sono regular e evitar o estresse. Dessa forma, não ocorre a alteração no tônus vascular do córtex cerebral que leva ao quadro de dor e mudanças no campo visual.
O fato é que a enxaqueca oftálmica pode não afetar as pessoas da mesma forma. Por isso, muitos nem sequer procuram tratamento ou apenas fazem uso de medicamentos para aliviar os sintomas. No entanto, caso o problema seja persistente, pode indicar algo mais grave. Assim, o melhor é buscar atendimento médico.